As vítimas de violência sexual fazem parte de um grupo prioritário para a vacinação, após um estudo realizado pelo Estudo POP Brasil em 2015, 2017 e 2020, em 26 capitais e no Distrito Federal, que inclui mulheres e homens entre 16 e 25 anos de idade, que identificou prevalência de 53,6% de qualquer tipo de HPV, dos quais 35% são de alto risco.


No fim de 2022, a OMS atualizou suas diretrizes sobre a vacina HPV, recomendando que pessoas imunocomprometidas, incluindo aquelas com HIV, crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual, sejam consideradas prioridade na vacinação contra o HPV em programas de saúde pública. A Associação Pan-Americana de Infectologia também recomendou, por unanimidade, a inclusão da vacina HPV para pessoas de 9 a 45 anos vítimas de violência sexual, independentemente do gênero, visando prevenir riscos futuros para essa população.



A vacinação contra o HPV após o crime de violência sexual é fundamental para reduzir os riscos à saúde da vítima. (Foto: Reprodução/Instagram/@busqueapoio)



A violência sexual é uma questão de saúde pública e segurança, afetando diversas faixas etárias e gêneros, incluindo crianças, adolescentes, mulheres, homens, idosos e pessoas com deficiências. Ela resulta em traumas, gravidez indesejada, ferimentos visíveis e invisíveis, bem como infecções sexualmente transmissíveis. Portanto, exige políticas e ações integradas do Estado para enfrentá-la.


Dados de São Paulo revelam que 30% das vítimas de violência sexual atendidas em serviços especializados desenvolvem lesões pelo HPV e apresentam vulnerabilidades sociais e comportamentais, como abusos frequentes. Do total de mais de nove mil casos de violência sexual registrados anualmente no estado de São Paulo, cerca de 80% ocorrem em pessoas com menos de 40 anos de idade, sendo 50% delas entre 9 e 25 anos, e 60% entre 9 e 40 anos de idade.


O Ministério da Saúde, através de diversas secretarias, implementou a vacinação contra o HPV para vítimas de abuso sexual, homens e mulheres, com idades entre nove e 45 anos. Essa medida faz parte das estratégias de saúde pública para combater o HPV, juntamente com o público-alvo já estabelecido, que inclui meninas e meninos de 9 a 14 anos, bem como grupos com condições clínicas especiais até os 45 anos de idade, como pessoas com HIV transplantados e pacientes oncológicos.


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